CASA
“Construir uma casa é construir espaços.
Dançar é ocupar espaços, a arquitetura do movimento”.
Deborah parte de uma idéia simples, investir nas ações banais para entrar no mundo imaginário
e transformá-lo em movimento. Como faz parte do seu processo criativo, o cotidiano é uma fonte
de inspiração.
O que se faz numa casa? Comer, dormir, cozinhar, vestir, ver TV, ter insônia, não fazer nada, sonhar. O grande fascínio é poder falar de um único tema, em um só lugar e sem intervalo, partindo de uma idéia concreta, a linha dramatúrgica e dinâmica foram sendo desenvolvidas junto com a pesquisa
de movimentos.
Gringo criou uma casa de três andares, com vários compartimentos. Ele partiu do princípio do homem inserido na arquitetura. Trabalhou com a referência do urbano e teve como norteador
de sua inspiração o pintor americano Edward Hopper, que relaciona em sua obra arquitetura com pessoas.
Deborah quis usar o quarteto de Mendelsohn, uma de suas fontes de inspiração. A partir daí,
Berna e Kassim utilizaram instrumentos como o oboé, cello, baixo acústico e programação eletrônica pesada para criar a trilha sonora.
Yamê Reis concebeu o figurino respeitando a intimidade que as pessoas têm na própria casa.
Jorginho de Carvalho criou desenhos luminosos para marcar os vários movimentos, sempre diversos. Espaço e tempo. Uma linguagem que acompanha também a própria dança dos cenários.